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  • Foto do escritorAlberto Moby Ribeiro da Silva

CASTELO BRANCO, MEIO CASTELO E MUITOS BORDADOS

Atualizado: 14 de dez. de 2023



Do ponto de vista de quem, como eu, cresceu numa metrópole, Castelo Branco é uma cidade bem pequena, com cerca de 34,5 mil habitantes no seu perímetro urbano, de um total de cerca de 56 mil pessoas. Situada a leste da região central de Portugal, de comboio, Castelo Branco fica a cerca de 2 horas e meia de Lisboa no sentido nordeste e, também, mais ou menos o mesmo tempo de Coimbra, no sentido sudeste. Hoje em dia, não é necessário mais que um dia para visitar a cidade – embora eu tenha permanecido lá por dois dias, já que os dias que escolhi para visitar a cidade foram um sábado e um domingo, na primeira semana do ano, quando o frio e o clima de ressaca de Ano Novo fizeram com que Castelo Branco parecesse ainda mais sonolenta e preguiçosa. No entanto, essa cidade pequena e tranquila tem várias atrações que vale a pena conhecer. E sempe a preços bastante em conta.


CASTELO BRANCO TEM UM CASTELO BRANCO?



Começo este post te dando um spoiler. Não, não existe um castelo branco em Castelo Branco. Além disso, o próprio nome da cidade pode não ter a ver com nenhum castelo. Na verdade, a origem do nome é bastante confusa e controversa. Segundo alguns pesquisadores, sua origem está numa antiga vila denominada Moncarche, situada no topo de um monte conhecido como Cabeço da Cardosa. Esse povoado foi doado à Ordem dos Templários em 1214, que alteraram seu nome para Castelo Branco de Moncarchinol e depois para Castelo Branco, ninguém sabe por quê. A hipótese mais aceita tem a ver com a convicção, àquela época, de que Moncarche teria sido erguida no lugar do antigo povoado denominado Catraleucos, mencionado pelo cientista grego Ptolomeu como uma das duas cidades celtas da Lusitânia. Acreditava-se que Catraleucos significava Castelo Branco e que esse povoado teria sido erguido em homenagem à deusa grega Leukothéa – literalmente, “deusa branca” –, a protetora dos marinheiros.


Seja qual for o verdadeiro significado do nome da cidade, fato é que o único castelo erguido na cidade, sobre o qual restam pouco mais que ruínas, não há nenhuma evidência de que ele tenha sido branco em algum momento do seu passado de imponência, além de, muito provavelmente, ter iniciado sua construção quando Castelo Branco já tinha este nome. Obviamente, tanto do ponto de vista histórico quanto do ponto de vista meramente turístico, se você for a Castelo Branco, a visita ao que sobrou do castelo, hoje mais conhecido como Castelo dos Templários, é indispensável e é por ele que eu começo este passeio.


CASTELO DOS TEMPLÁRIOS

O Castelo dos Templários era o que os historiadores costumam chamar de castelo ibérico estratégico: um castelo militar com funções estratégicas, bem diferente do castelo europeu medieval típico, de natureza senhorial. Ele integrava a chamada Linha da Raia (Linha da Fronteira) ou Linha do Tejo, da qual também faziam parte os castelos de Almourol, o de Monsanto, o de Pombal, o de Tomar (sobre o qual eu já te falei aqui) e o de Zêzere. Logo que os templários tomaram posse de Moncarche, em 1209, começaram a fazer planos para sua construção, sendo a menção mais antiga da existência dele de 1230.


Ele tinha a forma de um quadrilátero relativamente regular e era defendido por sete torreões, com controle total sobre o horizonte. Todos os torreões pareciam seguir uma certa simetria, exceto a torre de menagem (a principal). Tinha três pátios de acesso distinto: um primeiro de acesso livre; o do palácio e o da torre de menagem.



IGREJA DE SANTA MARIA DO CASTELO

O complexo turístico onde estão as ruínas do Castelo dos Templários abriga também a Igreja de Santa Maria. O templo original foi construído no séc. XIII, dentro do perímetro da muralha defensiva para ser a primeira igreja matrizde Castelo Branco. Até o séc. XIV, era no seu adro que se reuniam os chamados homens-bons e as autoridades monástico-militares.

Destruída em 1640, durante a guerra de Portugal contra o reino de Castela pela restauração da independência portuguesa, incendiada em 1704, e vítima dos ataques franceses liderados pelo general Junot, durante a invasão napoleônica, ela acabou por se transformar em ruínas.


Foi totalmente restaurada no séc. XIX, mas a parede sem reboco da fachada lateral Norte ainda abre uma pequena janela para o templo primitivo românico. E também no seu interior, de nave única, ainda é possível encontrar algumas pedras tumulares antigas, entre as quais se vê o túmulo de um poeta albicastrense do século XVI, João Rois.



MIRADOURO DE SÃO GENS

Bem próximo ao Castelo dos Templários fica outra atração imperdível: o Miradouro de São Gens. Inaugurado em 1941, ele foi originalmente construído para camuflar os tanques de abastecimento de água da cidade. Abandonado durante muitos anos, esse espaço foi totalmente recuperado, graças a um projeto do Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades (Programa Polis), e entregue à população e aos turistas como um espaço bastante agradável, com vista panorâmica para o centro histórico de Castelo Branco e áreas de lazer, além de funcionar como espaço de sustentação à encosta do castelo. A partir do Miradouro é possível ter uma visão bastante ampla do horizonte, que vai desde a Barragem de Santa Águeda ou da Marateca até a fronteira com a Espanha, incluindo as encostas ao sul da Serra da Gardunha e, mais ao longe, da Serra da Estrela.


Apesar de estar bem perto do Castelo dos Templários, a subida até o Miradouro é longa e pode ser cansativa. Mas o esforço certamente será recompensado pela belíssima paisagem. Além disso, ao chegar lá você vai ter à disposição bancos de jardim e vários recantos à sombra para um merecido descanso.



JARDIM DO PAÇO EPISCOPAL

Fui parar nessa cidade sem muitas expectativas, atraído principalmente pelo famoso jardim do antigo Paço Episcopal, que atualmente abriga o Museu Francisco Tavares Proença Júnior. Criado no século XVIII, pelo bispo João de Mendonça, o Jardim do Paço Episcopal (ou Jardim de São João Batista) é conhecido dentro e fora de Portugal por abrigar uma profusão de estátuas de pedra pelas quais, pra mim, já valeria a viagem a Castelo Branco – da qual, aliás, não me arrependi.


De estilo Barroco, ele originalmente fazia parte de uma vasta e complexa unidade agrária, paisagística e estética conhecida por "logradouros do Paço Episcopal de Castelo Branco". Foi construído por ordem do bispo Diocese da Guarda, D. João de Mendonça, por volta de 1720, quando da sua volta para Portugal, depois de ter vivido por três anos em Roma. No local havia dois olivais, um vinhedo, um viveiro de coelhos, um bosque, hortas ajardinadas e o jardim propriamente dito, sendo que todo este complexo circundava – e protegia – a residência do bispo. O Paço serviu de residência permanente a vários outros bispos da Diocese da Guarda e, de 1771 até 1831, aos da recém-criada Diocese de Castelo Branco.


A partir de 1834 foram instalados no Paço vários serviços públicos, a partir de quando os logradouros passaram a sofrer um abandono sem precedentes. Em 1911, como consequência da Lei da Separação do Estado da Igreja, o Jardim do Paço passa para a tutela da Câmara Municipal, por arrendamento. No ano seguinte, para comemorar o segundo aniversário da implantação da República em Portugal, abre as suas portas ao público. Finalmente, em 1919, é comprado e passa a jardim municipal.



Ninguém sabe dizer o paradeiro do projeto original (provavelmente perdido em função do terremoto de 1755 – sobre o qual já falei aqui e aqui), bem como seu autor. Mas há suspeitas de que possa ter sido um arquiteto italiano: quer já pela quantidade de elementos florais que denuncia uma clara influência do estilo italiano de fazer jardinagem, quer já por encomendas análogas de figuras eclesiásticas portuguesas feitas na mesma época. Várias estátuas registram as datas em que foram concluídas, como a de São João Batista (abaixo – a quem o jardim é dedicado) e a de Maria Madalena, ambas datadas de 1725, e a de Moisés segurando as Tábuas da Lei, de 1726.



Seria chato e cansativo nomear ou descrever as encantadoras peculiaridades de cada uma das dezenas de estátuas que povoam o Jardim do Paço ou os detalhes da sua composição. Te conto, apenas pra aguçar sua curiosidade, que o jardim se divide em quatro espaços diferentes, mas ligados por diversos pontos de articulação: a Entrada, o Patamar do Buxo, o Jardim Alagado e o Plano Superior.


A Entrada atual fica na Rua Bartolomeu da Costa, desde 1936, ano em que foi projetada pelo engenheiro Manuel Tavares dos Santos. Nela você vai encontrar painéis de azulejo que mostram vistas antigas da cidade e os retratos dos dois bispos responsáveis pela construção do jardim. O portal é do séc. XVIII e veio das hortas ajardinadas.



No Patamar do Buxo, o meu destaque vai para o grande número de estátuas, organizadas por percursos iconográficos, como se o visitante tivesse diante dos olhos um autêntico compêndio material e espiritual do Mundo. Pode-se observar, por exemplo, o ciclo do zodíaco completo, as quatro partes da terra (com as legendas trocadas, exceto a da Europa), as quatro estações do ano; ao redor do lago central, as Três Virtudes Teologais – Fé, Esperança e Caridade –, as Quatro Virtudes Cardeais – Justiça, Prudência, Fortaleza e Temperança – e uma Virtude Moral – a Lisura. Nos quatro vértices desse espaço carregado de simbolismo, ficam os Novíssimos do Homem: a Morte, o Juízo Final, o Inferno e o Paraíso.



Em seguida, o Jardim Alagado, no lado Sul do jardim, abriga um conjunto de canteiros de forma trapezoidal que, ilusoriamente, parece emergir do meio do lago, provocando um efeito visual surpreendente. Entre estes dois espaços ajardinados fica o Lago das Coroas, sobre um varandim, num patamar superior ao jardim, onde desfila a quarta dinastia dos mo­narcas portugueses até D. José I. Margeando o lago, no sentido leste, está uma escadaria monumental na qual estão perfilados os monarcas da 1ª e 2ª dinastias. No lado oposto, outra escadaria monumental abria os apóstolos – identificáveis pelo símbolo do seu martírio. Ao fundo, no patamar, estão os quatro evangelistas e os animais que os identificam, segundo o Apocalipse.



Por esta escadaria chegamos ao Plano Superior do jardim. Esse plano é uma alusão permanente à água e ao seu poder purificador. Nele, Moisés ocupa o alto de uma cascata que jorra para um grande tanque grande. O tanque armazenava a água que era utilizada para regar o jardim e ainda servia para a diversão dos bispos, que tinham à disposição uma canoa e um barco.



O Jardim do Paço está aberto o ano inteiro e abre às 9h. Nos meses de abril a setembro, fecha às 19h e entre outubro e março, às 17h. O ingresso custa € 3,00 para pessoas até 64 anos e € 1,50 para maiores de 65 anos. A entrada para grupos de mais de doze pessoas custa € 1,50 e crianças de até 10 anos, pesquisadores, jornalistas e profissionais de turismo não pagam.


O acesso acontece pelo Centro de Interpretação do Jardim do Paço, ao lado do jardim, na Rua Bartolomeu da Costa, 5. Inaugurado em 2013, além de dar acesso ao jardim, no Centro você pode conhecer algumas histórias desse espaço, ver peças que já fizeram parte do jardim e outras que foram encontradas durante os diversos trabalhos de pesquisa e obras de restauração que têm sido realizadas no local. No Centro também existe uma loja de souvenirs e peças de artesanato mais representativas do município.



MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR

Ao lado do Jardim do Paço Episcopal, fica o Museu Francisco Tavares Proença Júnior, onde estão expostas importantes coleções de arte, além das famosas colchas bordadas de Castelo Branco e de uma amostra representativa dos restos arqueológicos da época romana da cidade. Criado em 1910, o núcleo original do museu tem como base a coleção arqueológica de Francisco Tavares Proença Júnior, personalidade de múltiplos interesses no mundo da ciência e das artes que se notabilizou especialmente como arqueólogo. Inicialmente, o museu foi instalado no Convento dos Capuchos de Castelo Branco, tendo sido transferido em 1971 para o edifício do antigo Paço Episcopal. Na década de 1990, recebeu obras de restauração e adaptação museográfica.



Do acervo original constituído pelo fundador vale destacar peças importantes de epigrafia romana, megalitos da Idade do Bronze (conhecidos como Menires de São Martinho), ourivesaria da Idade do Ferro e materiais do Paleolítico e Neolítico. Posteriormente, foi enriquecido com peças de arte antiga provenientes do interior do Paço Episcopal e com incorporações sucessivas de espólios arqueológicos, paramentaria e colchas bordadas, às quais se juntaram objetos provenientes de outras aquisições e doações.



Quanto ao acervo das artes plásticas, o museu abriga peças herdadas do acervo do antigo Paço Episcopal de Castelo Branco que inclui pintura, tapeçaria e escultura dos séculos XVI a XIX. Durante os anos oitenta do séc. XX, o museu incorporou também obras de arte contemporânea.


Touro. Serra de Oleiros, séc. II

Santa Face (Imago Christi), autor desconhecido, óleo sobre madeira, séc. XVI

Retrato do Rei D. José I, óleo sobre tela. Autor desconhecido, séc. XVIII

Três Mulheres, aquarela de Júlio Resende, 1979


Quanto às artes decorativas, vale destacar os tecidos bordados, merecendo atenção especial as colchas de bordado de Castelo Branco, consideradas o cartão de visitas da cidade. Como já indiquei no título deste post a Arte Têxtil é um dos núcleos principais do museu, em que predominam as famosas colchas de Castelo Branco.



Integrado na Rede de Museus e Equipamentos Culturais do Município de Castelo Branco desde 1º de setembro de 2015, no âmbito do Contrato Interadministrativo de Delegação de Competências do Governo, o Museu Francisco Tavares Proença Júnior conta com uma área de exposições temporárias, ampliada e situada em área privilegiada, ao lado do Salão Nobre. Ao mesmo tempo, vem sendo reforçada a componente expositiva de Arqueologia, bem como de Arte Sacra. No térreo, para facilitar o acesso, tanto ao público em geral quanto aos pesquisadores e público especializado – mas, principalmente, às pessoas com mobilidade reduzida, fica a Biblioteca D. Fernando de Almeida, criada em 1985, a partir da doação do espólio bibliográfico do ex-diretor do museu. Junto com a biblioteca, está também o acervo arqueológico, que abriga tanto exposições temporárias quanto programas de estudo, conservação e divulgação do espólio existente nas reservas.


Outra característica importante do museu é que no seu Salão Nobre costumam acontecer regularmente apresentações de concertos, palestras, jornadas ou outras iniciativas relacionadas à missão do museu, cujo acesso é feito pela escadaria principal do edifício. Tivemos a sorte de estar na cidade quando da apresentação do trio formado pelos portugueses César Prata, violonista, Catarina Moura, cantora, e o multi-instrumentista galego Ariel Ninas, interpretando canções de Natal tradicionais comuns em Portugal e na Galícia/Galiza. Abaixo, a canção "Eu irei ao presépio".



O Museu Francisco Tavares Proença Júnior fica no Largo Dr. José Lopes Dias e funciona de terça a domingo, das 10 às 13h e das 14 às 18h. O ingresso custa € 3,00, mas pessoas com mais de 65 anos e estudantes pagam € 1,50. Para grupos a partir de 12 pessoas, o ingresso custa € 1,50 por pessoa. Pesquisadores não pagam. A entrada também é gratuita aos domingos e feriados.


PARQUE DA CIDADE

Em frente ao Jardim do Paço, no outro lado da Rua Bartolomeu da Costa, fica o Parque da Cidade. Antiga Quinta do Paço, onde funcionava a horta do Paço Episcopal, no séc. XVIII era um local elogiado devido à beleza e organização de seus canteiros ajardinados.

A partir de 1912, juntamente com o Bosque do Paço – Mata dos Loureiros, contíguo, a Quinta do Paço passa a ser aberta ao público. Em 1934, após uma profunda transformação, o espaço dá origem ao Parque da Cidade.


Mais recentemente, no contexto do Programa Polis (sobre o qual já te falei no início), o Jardim do Paço foi remodelado, com o objetivo de reordenar o espaço segundo as diretrizes e expectativas sobre as novas funções que as áreas verdes e de lazer de Portugal deveriam exercer, tendo como norte as transformações da vida urbana, mas, principalmente, as solicitações dos frequentadores. O projeto contemplou a preservação de elementos considerados relevantes para os albicastrenses, como, por exemplo, a Porta de Roa e o gradeamento e o portão de entrada do parque, mesclada com uma substancial reforma paisagística, na qual um dos elementos essenciais foi a presença da água, real ou aparente. Não conheci o parque original, mas o parque renovado e requalificado me agradou bastante.



CONVENTO DA GRAÇA e MUSEU DE ARTE SACRA DA MISERICÓRDIA

O Convento de Nossa Senhora das Graças, também conhecido pelos albicastrenses simplesmente por Convento da Graça, é um convento situado junto à saída norte da cidade. Atualmente, é a sede da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco.


O convento atual tem origem no “conventinho”, um pequeno convento que foi construído em 1519 por disposição testamentária de Rodrigo Rebelo, militar natural de Castelo Branco que chegou a ser governador de Goa, na Índia. O “conventinho” foi inicialmente ocupado por frades franciscanos e, em 1526, depois de cinco anos de abandono, foi entregue aos frades agostinianos que o dedicaram a Nossa Senhora das Graças. Quando o edifício do atual Convento da Graça foi construído, o “conventinho” passou a ser igreja do convento novo.


Em 1834, após a extinção das ordens religiosas em Portugal, a rainha D. Maria II cedeu o convento à Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, para onde essa instituição transladou o hospital da cidade e, atualmente, é a sede da Instituição.

O edifício atual foi construído ao lado do “conventinho” e é um exemplo da chamada arquitetura chã, tão característica em Portugal do final do séc. XVI, do qual chama a atenção a estrutura clara e robusta do claustro.



Uma parte do Convento da Graça compõe o Museu de Arte Sacra Domingos Santos Pio, também conhecido como Museu de Arte Sacra da Misericórdia. Inaugurado em 1984, esse museu tem uma localização privilegiada, ocupando atualmente três salas do convento e tem sido ponto de referência para alguns visitantes interessados em arte religiosa. Embora não seja muito grande, é uma instituição que impressiona o visitante pela beleza do espaço e pela singularidade e grandiosidade de algumas peças.


A entrada no museu é gratuita e inclui a visita à Igreja da Graça e ao claustro. Se você estiver com um grupo, sua visita precisa de agendamento prévio.



CRUZEIRO DE SÃO JOÃO

No caminho entre o complexo composto pelo Jardim do Paço Episcopal, o Parque da Cidade, o Museu Francisco Tavares Proença Júnior, o Convento da Graça/Museu de Arte Sacra e a Catedral (Igreja de São Miguel), você passa pelo Cruzeiro de São João. Classificado pelo governo português como monumento nacional, esse monumento, que fica no Largo de São João, é um exemplo da arquitetura religiosa manuelina, rico de detalhes e pormenores. Esculpido em granito, acredita-se que tenha sido construído no séc. XVI e era um cruzeiro de caminho, isto é, que assinalava a existência de uma capela dedicada a São João num local das imediações.


O Cruzeiro tem uma base octogonal decorada com elementos vegetais, uma coluna espiralada, sobre a qual fica um anel, decorado com uma corda e plantas estilizadas que serve de base a um Cristo crucificado.



CASA DA MEMÓRIA DA PRESENÇA JUDAICA

Entre o Largo de São João e a Igreja de São Miguel, virando à esquerda pela Ruas das Olarias, à direita, fica a Casa da Memória da Presença Judaica, uma homenagem à história do povo judaico, à antiga comunidade judaica que viveu em Castelo Branco e contribuiu fortemente para seu desenvolvimento comercial e econômico e um tributo à memória de todos os que foram perseguidos ou mortos pelas mãos da Inquisição.


O museu está dividido em quatro espaços distintos:

Loja/Recepção, térreo, onde é possível encontrar publicações diversas, produtos kosher, informações sobre a cidade, os seus museus e monumentos. Nesse mesmo piso fuca a exposição dedicada à fundação da judiaria de Castelo Branco, sobre os rituais e as festividades judaicas, a Inquisição ou os objetos de tortura.


Na transição entre o térreo e o 1º andar está o Memorial das Vítimas Albicastrenses, com os nomes de 329 pessoas que foram perseguidas ou mortas por questões relacionadas com à crença religiosa. É um espaço inteiramente dedicado às figuras judias albicastrenses que se destacaram em sua época, seja em Portugal, seja fora do país, num espaço que é apresentado sobre uma linha do tempo da presença judaica em Portugal até os dias atuais.


Por último, o 2º andar dispõe de uma área de estudo e pesquisa onde é possível consultar todo tipo de material relativo à temática judaica, seja por consulta física (Biblioteca e Documentos), seja através de plataformas digitais.


A Casa da Memória da Presença Judaica fica na Rua das Olarias, 43 e abre de terça a domingo, das 10 às 13h e das 14 às 18h, exceto nos dias 1° de janeiro, na terceira terça-feira depois do Domingo de Páscoa (feriado municipal), 25 de abril, 1º de maio, domingo de Páscoa e 25 de dezembro. Os ingressos custam € 1,50. Maiores de 65 anos pagam € 0,75. Este também é o valor para visitantes que estejam em grupos com 12 ou mais pessoas. Estudantes não pagam. Assim como no Museu Francisco Tavares Proença Júnior, aos domingos e feriados a entrada é gratuita. Grupos organizados de Instituições Particulares de Solidariedade Social e de outras entidades sem fins lucrativos têm desconto de 50%. No primeiro domingo de cada mês, a entrada é gratuita da abertura até as 13h.



IGREJA DE SÃO MIGUEL – SÉ CONCATEDRAL

Existem evidências de que a Igreja de São Miguel está localizada num lugar onde, desde 1213, havia um templo cuja propriedade é atribuída aos Templários. Devido à falta de recursos para a construção de uma obra monumental, ela só foi reconstruída no final do séc. XVII, ao estilo renascentista, sob o comando do então bispo da região da Guarda D. Martim Afonso de Melo, suportando a maior parte da despesa em sua reconstrução. Mas só foi elevada à condição de sé concatedral em 1956. Por esta razão são visíveis vários elementos dessas diferentes fases de construção: arco cruzeiro do século XVI, retábulos e painéis do século XVII e capela-mor e sacristia dos séculos XVIII-XIX.


A fachada da igreja quase não tem ornamentos. O templo tem apenas uma nave, que é separada da capela-mor por um arco renascentista, no fecho do qual está o brasão de armas do Bispo D. Martim Afonso de Melo, como mostra a lápide interior da Catedral numa das paredes laterais. Já a construção dos dois corpos laterais em estilo barroco – a Sacristia Grande e a Capela do Santíssimo Sacramento – são obras comandadas pelo segundo bispo da diocese de Castelo Branco, Frei Vicente Ferrer da Rocha (1782-1814).


A Igreja de São Miguel fica aberta de segunda a sexta-feira, das 9h às 12:30 e das 15h às 18:30.



PRAÇA CAMÕES

Outro complexo importante está na Praça Camões (ou Praça Velha), cerca de 4 minutos a pé da Catedral. Ela era o centro da cidade antiga, onde se realizava o mercado e onde se situam alguns dos edifícios mais importantes da zona histórica. Nela estão a Casa do Arco do Bispo (séc. XIII), o Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco (séc. XVI – antigo Domus Municipalis ou Palácio dos Paços do Concelho) e o Arquivo Distrital (séc. XVII – antigo Solar dos Cunha ou Solar dos Mota). Seguindo a Rua de Santa Maria e dobrando a primeira esquina à direita, na Rua dos Cavaleiros, está o Museu Cargaleiro e, cerca de 45m no sentido leste, ao final da Rua do Relógio, fica a Torre do Relógio. Vamos dar uma passada rápida por eles.



CASA DO ARCO DO BISPO

A Casa do Arco do Bispo, construída no séc. XIII, foi residência temporária dos bispos da Guarda em Castelo Branco. Existe a possibilidade de, originalmente, esta casa, sob a qual há um túnel, ter sido a Porta do Pelame, uma das portas de defesa da cidade. Na fachada posterior mantém-se visível a Porta Monumental, acesso à residência do Bispo.



CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DO BORDADO DE CASTELO BRANCO

O Domus Municipalis, antiga Casa da Vila, antiga Cadeia e, mais recentemente, Biblioteca Municipal, foi transformado, há seis anos, no Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco, após um processo de restauração desse edifício iconográfico. Seu objetivo é contribuir para a revalorização, recuperação, inovação e relançamento do bordado de Castelo Branco, símbolo da cidade e forma de expressão artística característica da região. De beleza reconhecida e exemplo de originalidade no âmbito nacional, o bordado de Castelo Branco caracteriza uma arte própria, com estilo único, além de ser uma atividade industrial essencial para a área relativa ao Distrito de Castelo Branco (divisão político-administrativa semelhante à dos estados, no Brasil).


Mas por que exatamente em Castelo Branco? É que nessa região a cultura do linho era tradicional, além de, também, ser propícia ao cultivo da amoreira, base de alimentação do bicho-da-seda, o que permitiu a produção de seda em larga escala.

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O Centro de Interpretação, além de espaço museológico e loja, abriga também a Oficina-Escola de Bordado de Castelo Branco, que reúne algumas das suas melhores bordadeiras. Além disso, o Centro oferece um espaço que reúne numa mesma linha do tempo desde antigos artefatos até os mais recentes suportes tecnológicos e digitais. A exposição mostra as origens do bordado em Castelo Branco, da sementeira do linho à tecelagem, passando pela criação do bicho-da-seda e a extração da matéria-prima. Mostra também a evolução do bordado em si, sua técnica (pontos), sua evolução histórica e sua simbologia.


As investigações mostram que o séc. XVIII foi o período mais fecundo na confecção do bordado albicastrense. Depois de uma fase de decadência, ao longo do século XIX, ocorre um ressurgimento na região no começo do séc, XX, a partir do momento em que Maria da Piedade Mendes (1888?-1984) encontra um conjunto de colchas de linho bordadas com seda, guardadas em arcas herdadas por sua família. Esses bordados iriam servir de modelo para os trabalhos que ela desenvolveu ao longo da vida, com uma perfeição notável. Em 1929, Maria Júlia Antunes, professora do Liceu Infanta D. Maria, em Coimbra, apresenta a tese "Rendas e Bordados das Beiras", onde faz referência aos «bordados albicastrenses, genericamente chamados a frouxo», pela primeira vez divulgados em público com a designação que os associa a Castelo Branco. A partir desse trabalho, começa-se a identificar o bordado albicastrense como uma escola, se recriando e reformulando motivos de modalidades remanescentes, em defesa e continuidade de uma expressão artística singular no panorama da produção têxtil portuguesa.


O Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco abre de terça a domingo, das 10 às 13h e das 14 às 18h e a entrada é gratuita.



ARQUIVO DISTRITAL DE CASTELO BRANCO

Originalmente, o prédio do atual Arquivo Distrital de Castelo Branco foi construído originalmente com fins residenciais, no séc. XVII, por iniciativa da família de Guilherme da Cunha. Depois de um longo processo período como patrimônio da família Cunha – que promoveu no imóvel mudanças radicais, além de incorporar a ele construções vizinhas –, o Solar dos Cunha é comprado de António Russinho, em 1988, pelo Estado português, depois de ter feito parte do patrimônio de outra família albicastrense, os Mota. Entre 1989 e 1993, o prédio é restaurado e ampliado para se transformar no Arquivo Distrital – o que acontece no dia 20 de março de 1997.


O Arquivo Distrital de Castelo Branco funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 12:30 e das 13:30 às 17h e a entrada é gratuita.



TORRE DO RELÓGIO

À esquerda do Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco fica a Rua do Relógio. Seguindo por ela por cerca de 1 minuto, 60m adiante, à esquerda, fica a Torre do Relógio. Essa torre está ligada ao processo de expansão da cidade e ao alargamento dos limites da sua antiga muralha. Sua localização coincide com uma antiga torre da muralha exterior, adaptada para as atuais funções durante o século XIX. Para os albicastrenses e para muitos visitantes a Torre do Relógio adquiriu o carácter de cartão de visitas da cidade, razão pela qual a Câmara Municipal investiu na realização obras de consolidação e conservação da estrutura.


A onipresença da torre no cotidiano dos albicastrenses, tanto visualmente quando através de suas características badaladas a cada hora são uma companhia indispensável não só para os moradores do centro histórico de Castelo Branco, mas também para seus demais moradores ou dos visitantes. É fácil nos transportarmos para tempos idos e, seguramente, mais nostálgicos a cada badalada dos seus sinos.



MUSEU CARGALEIRO

Ainda tendo como referência a Praça Camões, é indispensável uma visita ao Museu Cargaleiro, localizado numa construção do séc. XVIII conhecida como Solar dos Cavaleiros (séc. XVIII), na Rua dos Cavaleiros. O museu, que fica a cerca de 2 minutos a pé da Praça Camões, é dedicado à obra do destemido pintor Manuel Cargaleiro. Constituído por dois edifícios contíguos – o edifício histórico designado por "Solar dos Cavaleiros", um palacete construído no séc. XVIII e um edifício contemporâneo do século XXI –, seu acervo abriga exposições temporárias, programas educativos e uma biblioteca, através dos quais o museu promove a arte e a cultura contemporâneas, tendo em seu acervo obras dos mais conceituados artistas da atualidade, assim como o reforço dos laços com a comunidade local, são atividades inerentes à missão do Museu.


A entrada para o Museu Cargaleiro não é gratuita, mas os preços são bastante em conta – aliás, como todas as demais atrações de Castelo Branco. Adultos pagam € 3,00 pessoas acima de 65 anos pagam € 1,50. Para grupos de 12 pessoas ou mais, o ingresso custa € 3,00.

O museu funciona de terça a domingo, das 10 às 13h e das 14 às 18h. A entrada é gratuita todo primeiro domingo do mês, dia em que o museu funciona das 10 às 13h. Se você optar por uma visita orientada, o ingresso sofre um aumento de € 1,00 e é preciso agendar. É importante lembrar também que ele não funciona no Ano Novo, no Domingo de Páscoa, na terceira terça-feira depois do Domingo de Páscoa (por ser feriado municipal), no Dia da Liberdade (25 de abril), no 1º de Maio e no Natal.


Se você se interessa por Artes Plásticas e/ou se não conhece Manuel Cargaleiro, mesmo que não esteja em seus planos mais imediatos ir a Castelo Branco, sugiro dar uma olhadinha no site do museu para conhecer esse artista e, como dizem os portugueses, experimentar um pouco da fruição do trabalho dele. O endereço é este aqui.



Outro núcleo interessante para quem vista Castelo Branco é a área central da cidade, conhecida como Centro Cívico. Nessa região estão, na Praça do Município, o Solar dos Viscondes de Oleiros (Câmara Municipal) e o Palácio dos Viscondes de Portalegre (antigo Governo Civil), o prédio do Tribunal Judicial de Castelo Branco, o Jardim da Devesa e a área de lazer e comércio conhecida como Docas de Castelo Branco (ou Campo de Mártires da Pátria).



SOLAR DOS VISCONDES DE OLEIROS

Na atual Praça do Município fica um antigo solar que desde o séc. XVII pertenceu à família Fonseca Albuquerque de Mesquita e Castro, da qual faziam parte os viscondes de Oleiros – razão pela qual ainda hoje o prédio é conhecido como Solar dos Viscondes de Oleiros. Comprado pela Câmara Municipal em 1935, foi nele que se realizou a primeira sessão do Executivo, que antes funcionava no Paço Episcopal.


Detalhe importante: no sistema político-administrativo português, a Câmara Municipal corresponde ao Poder Executivo municipal brasileiro. O chefe do Executivo municipal português, equivalente ao cargo de Prefeito, é o Presidente da Câmara.



SOLAR DOS VISCONDES DE PORTALEGRE

Também na Praça do Município, num plano relativamente elevado em relação ao edifício da Câmara Municipal, fica, desde 1743, o Solar dos Viscondes de Portalegre. Antigamente, era propriedade da família Coutinho Refoios, à qual pertenciam os viscondes de Portalegre, e permaneceu assim até 1988, quando passou a ser ocupada pelo Governo Civil, instituição do governo central da República portuguesa que foi extinta em 2011. Após essa data, passou a acolher diversos órgãos públicos, funcionando atualmente como Secretaria de Estado da Conservação da Natureza, Florestas e Ordenamento do Território do governo português.


O edifício, que tem características acentuadamente renascentistas, tem uma fachada simétrica, na qual se destacam as janelas de sacada. Na parte traseira existe um jardim com canteiros delimitados por buxos (da espécie europeia, bastante diferente da americana) e amoreiras de grande porte.



Bem em frente ao Solar dos Viscondes de Portalegre fica o minúsculo Jardim da Devesa. Embora o jardim em si não seja nenhuma atração excepcional, vale a pena uma pequena paradinha para descansar num de seus bancos de madeira e admirar a Estátua do Dr. João Rodrigues (1511-1568), médico também conhecido como João Rodrigues de Castelo Branco ou Amato Lusitano. João Rodrigues foi considerado um dos grandes médicos e estudiosos da anatomia humana de sua época, não apenas em Portugal, mas em toda a Europa.



No Centro Cívico, na Alameda da Liberdade, fica também o prédio do Tribunal Judicial de Castelo Branco, construção da segunda metade do séc. XX que busca dialogar com os padrões arquitetônicos das outras construções do Centro Cívico, como o Solar dos Viscondes de Oleiros e o Solar dos Viscondes de Portalegre. Embora tenham fins político-administrativos, as três edificações merecem um olhar mais atento, já que, na minha opinião, compõem um conjunto equilibrado e harmônico.



CENTRO DE CULTURA CONTEMPORÂNEA

Fecho o meu passeio com o Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco (CCCCB ou apenas CCC). Mantido pela Câmara Municipal, o CCC pretende promover e divulgar a cultura contemporânea, estimular a criação artística, trabalhar a criação e formação de novos públicos.



O CCC é um edifício de arquitetura arrojado, fruto de uma parceria entre o arquiteto catalão Josep Lluis Mateo e o arquiteto português Carlos Reis de Figueiredo, e fica no Campo Mártires da Pátria, no centro da cidade, local de encontro e lazer, nas imediações de outros equipamentos culturais, como o Cine-Teatro Avenida e a Biblioteca Municipal. É um edifício vazado, revestido a metal e madeira, com 4 pisos, que incluem uma pista de patinação no gelo, áreas de exposições, auditório e cafeteria. O auditório conta com 275 lugares e conta com um sistema acústico de alta qualidade, que dispensa a necessidade de sistemas de amplificação, criado pelo especialista catalão Higini Arau.


O ingresso no CCC custa € 3,00 para pessoas até 64 anos e € 1,50 para maiores de 65 anos. Grupos de 12 ou mais pessoas também pagam € 1,50 e a entrada é gratuita para estudantes. A entrada também é gratuita aos domingos e feriados. O Centro não abre às segundas-feiras nem na terceira terça-feira após o Domingo de Páscoa (feriado municipal) e nos dias 1º de janeiro, 25 de abril, 1º de maio, domingo de Páscoa e 25 de dezembro.

Existem visitas guiadas às quartas-feiras às 11h; aos sábados às 11 e 15h; e aos domingos às 11 e 15h. É possível agendar previamente visitas para outros dias, sem custos adicionais.


TAMANHO NÃO É DOCUMENTO

O roteiro que acabei de traçar reflete uma experiência pessoal – que, como disse logo no início desta postagem, foi percorrido em dois dias. O tamanho reduzido de Castelo Branco e sua pequena população, se comparados à cidade de Angra dos Reis, onde eu vivo (uma cidade média para os padrões brasileiros), não refletem a variedade de opções de lazer e culturais à disposição do visitante. Isso sem contar as atrações dos arredores e de vilas e cidades vizinhas, aonde se pode chegar em menos de 2 horas, de carro, autocarro ou em comboio. Localize Castelo Branco no mapa da região e no mapa de Portugal. Quer você se interesse pelo turismo de lazer, turismo ecológico, turismo cultural, religioso, histórico etc., Castelo Branco é uma ótima opção a considerar.




Como disse antes, fui a Castelo Branco sem muitas expectativas, atraído quase que exclusivamente pelo belo Jardim do Paço Episcopal. Mas encontrei bem mais. E ainda fiquei me devendo muito. Com certeza, voltaria (voltarei?). E você aí, que leu com paciência esse meu relato?



PS: Você deve ter adivinhado, mas não custa esclarecer: o gentílico de quem nasce em Castelo Branco é albicastrense.

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