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Foto do escritorAlberto Moby Ribeiro da Silva

ALGUNS BELOS MUSEUS DE LISBOA

Atualizado: 14 de out. de 2022


Pelas mais diversas razões, uma lista grande de lugares interessantes de Lisboa ficou de fora das minhas postagens anteriores. Em alguns casos, porque estavam fora do roteiro que imaginei; em outros, porque minha passagem por lá foi rápida, merecendo outra visita; alguns porque ainda estão na minha lista de desejos etc. Mas acabei achando que valia a pena fazer uma lista desses lugares pra não ser injusto com Lisboa. Só que aí aconteceu que a postagem ficou grande demais. Como resolver o problema?

Resolvi, então, dividir esta que seria a última postagem sobre a linda Lisboa em duas: uma apenas com museus que ficaram de fora das postagens anteriores. Se você, como eu, é apaixonado ou apaixonada por museus, dá uma olhada. Se não, pule para a próxima postagem, onde listo algumas praças, jardins, igrejas, avenidas, shoppings e tudo o mais que me pareceu interessante ainda apresentar da capital portuguesa. Já pedindo mil desculpas pela quantidade de erros, exageros ou omissões, uma coisa eu garanto: se depois de me acompanhar até aqui você não ficar com vontade de conhecer Lisboa, esquece, Lisboa não é mesmo sua praia.


MUSEU CALOUSTE GULBENKIAN

LOCAL: Av. de Berna 45A, próximo à Praça de Espanha

Endereço eletrônico: https://gulbenkian.pt/museu/

Começo com esse espaço emblemático. Inaugurado em 1969, esse museu foi criado de acordo com o testamento do industrial armênio Calouste Sarkis Gulbenkian – um dos cinco homens mais ricos do mundo à sua época –, fixado em Portugal em meados do século XX, que ao longo da vida reuniu uma impressionante coleção de obras de arte. Seu acervo abriga uma das mais importantes coleções privadas de arte, que inclui obras que vão do Antigo Egito ao início do século XX, percorrendo as artes do mundo islâmico, China e Japão, bem como as artes decorativas francesas, a pintura impressionista ou as joias de René Lalique (1860-1945), mestre vidreiro, vitralista, ourives e joalheiro francês bastante conhecido por suas originais criações em joias, frascos de perfume, copos, taças, candelabros, relógios, entre outros, no estilo modernista, (Art Nouveau e Art Déco). Sua imensa coleção é composta de aproximadamente seis mil peças de arte antiga e moderna, das quais apenas mil e trinta se encontram expostas ao público.

As peças da exposição permanente estão dispostas em dois circuitos independentes: o primeiro é dedicado à arte oriental e clássica, com peças de arte egípcia, greco-romana, islâmica, da China e do Japão; o segundo é dedicado à arte europeia, com peças que vão do século XI ao século XX. Esse circuito possui núcleos dedicados à arte do livro, às artes decorativas, à escultura e à pintura.

O Museu Calouste Gulbenkian abre todos os dias da semana, das 10 às 18h exceto às terças-feiras e nos dias 1º de janeiro, Domingo de Páscoa, 1º de maio, 24 e 25 de dezembro. As duas estações do metrô mais próximas são a São Sebastião (linhas azul e vermelha) e Praça de Espanha (linha azul). Há também várias linhas de ônibus que passam por lá: 716, 726, 756 (Av. de Berna), 746 (Av. António Augusto de Aguiar) e 713, 742 (Rua Marquês da Fronteira). Os ingressos custam € 10,00, mas menores de 12 anos não pagam, pessoas entre 13 e 30 anos e maiores de 65 anos pagam € 5,00. Além disso, a entrada é gratuita aos domingos, a partir das 14h.


CENTRO DE ARTE MODERNA

LOCAL: Rua Dr. Nicolau de Bettencourt

Endereço eletrônico: https://gulbenkian.pt/cam/

Compartilhando o espaço do imenso jardim onde está o Museu Calouste Gulbenkian está o Centro de Arte Moderna (CAM), também da Fundação Calouste Gulbenkian. Inaugurado no dia 20 de julho de 1983, data do 28.º aniversário da morte de Calouste Gulbenkian, embora existissem planos para a sua edificação praticamente desde o início do desenvolvimento das atividades da Fundação, em 1956.

O CAM é um dos principais espaços para a arte contemporânea em Portugal, englobando uma das maiores coleções de arte portuguesa moderna e contemporânea, que atualmente reúne mais de 11 mil obras de arte. Atualmente, seu edifício está em reforma, com previsão de reabertura para 2023, para celebrar seu 40º aniversário.

Constituída desde o final dos anos de 1950, a Coleção Moderna reúne os artistas portugueses mais representativos do século XX aos dias atuais. Mas seu acervo inclui também obras de autores internacionais, principalmente um núcleo de arte britânica adquirido desde o final dos anos 1950, além de obras de arte armênias. Além de possuir a maior coleção de arte portuguesa dos séculos XX e XXI, o CAM tem também uma programação diversificada de exposições temporárias, que acontecem no seu edifício e na Sede da Fundação.


FUNDAÇÃO ORIENTE MUSEU

LOCAL: Av. Brasília – Doca de Alcântara

Inaugurado em 2008, o Museu do Oriente pretende ser um museu multicultural que preserva, em todas as suas vertentes, o patrimônio material e imaterial de vários países asiáticos, através dos testemunhos das suas duas coleções: Presença Portuguesa na Ásia e Kwok On. Na visão de seus organizadores, a presença portuguesa em territórios orientais (Índia, Sri Lanka, China, Macau, Japão e Timor-Leste) resultou, além das trocas comerciais, trocas culturais, vivenciais, científicas, técnicas e religiosas que possibilitaram o conhecimento de mundos até então desconhecidos para Portugal e a Europa.

Além de expor o seu rico acervo, o museu oferece uma programação complementar, ao longo de todo o ano, onde artistas, pesquisadores, curadores de projetos refletem sobre a Ásia, suas múltiplas realidades e identidades, de forma transversal. Essa oferta de cursos, workshops e conferências permite explorar temas de história, arte, cultura material ou antropologia e experimentar técnicas artesanais e artísticas, sobretudo as de origem asiática. Além disso, uma série de espetáculos levam ao público a música, a dança, as artes performativas e outras expressões do Oriente e do Ocidente, tradicionais e contemporâneas.

Constituída em 1988, a Fundação Oriente, mantenedora do museu, foi instituída pela Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), com sede em Lisboa, é também proprietária do Convento da Arrábida, em Setúbal, do qual já falei anteriormente. A Fundação, que também tem escritórios em Macau, na China, em Goa, na Índia e em Díli, Timor-Leste, tem como objetivo promover ações culturais, educativas, artísticas, científicas, sociais e filantrópicas, particularmente em Portugal e em Macau que visem a valorização e a continuidade das relações históricas e culturais entre Portugal e o Oriente.

O museu funciona de terça a domingo, das 10 às 18h, exceto nos feriados, nos dias 1º de janeiro e 25 de dezembro. Às sextas-feiras, ele abre das 10 às 20h, com entrada gratuita após as 18h. Os ingressos custam € 6,00 para pessoas entre 13 e 64 anos. Crianças até 5 anos não pagam; as entre 6 e 12 anos pagam € 2,00; estudantes pagam € 2,50 e maiores de 65 anos pagam € 3,50.


MUSEU DA ÁGUA

Endereço eletrônico: https://www.epal.pt/EPAL/menu/museu-da-água

O Museu da Água é, na verdade, um conjunto de quatro núcleos, sob a responsabilidade da Empresa Portuguesa de Águas Livres – EPAL, e foi inaugurado em 1987. A sua criação foi uma homenagem ao engenheiro Manuel da Maia, que concebeu o Aqueduto das Águas Livres, durante o reinado de D. João V. O museu conta toda a evolução histórica do abastecimento de água à capital portuguesa, desde a sua ocupação românica até os dias atuais. Os quatro núcleos que formam o museu são o Aqueduto das Águas Livres, o Reservatório da Mãe d´Água das Amoreiras, o Reservatório da Patriarcal e a Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos.

Construído entre 1731 e 1799, por determinação régia, o Aqueduto das Águas Livres constituiu um vasto sistema de captação e transporte de água usando como força motora apenas a gravidade. O trajeto escolhido coincidia, em linhas gerais, com o percurso de um antigo aqueduto romano. A sua construção só foi possível graças a um imposto denominado Real de Água, lançado sobre bens essenciais como o azeite, o vinho e a carne. O sistema, que resistiu ao terremoto de 1755, é composto por um trecho principal de 14km de extensão, com início na Mãe de Água Velha, em Belas, e final no reservatório da Mãe de Água das Amoreiras, em Lisboa, vários trechos secundários destinados a transportar a água de cerca de 60 nascentes e cinco galerias para abastecimento de cerca de 30 chafarizes da capital. No total, o sistema do Aqueduto das Águas Livres, dentro e fora de Lisboa, atingia cerca de 58km de extensão em meados do século XIX, tendo as suas águas deixado de ser aproveitadas para consumo humano a partir da década de 1960.

Do ponto de vista do turismo, vale a pena apreciar os extraordinários 35 arcos do vale de Alcântara, numa extensão de 941m, incluindo o maior arco em ogiva, em pedra, do mundo, com 65,29m de altura e 28,86m de largura. O aqueduto foi desativado em 1968, mas é possível realizar visitas guiadas pela arcaria.

O Aqueduto das Águas Livres fica na Calçada da Quitandinha, 6, Campolide, e está aberto de terça a domingo, das 10 às 17h30. O ingresso custa € 4,00 e a visita guiada – com marcação prévia – custa € 6,00.

Foto: Livia & Gabriel Lorenzi


O Reservatório da Mãe d'Água das Amoreiras foi projetado por Carlos Mardel, arquiteto de nacionalidade húngara, entre 1746 e 1748. Carlos Mardel, no entanto, morreu em 1763, sem que a obra tivesse sido concluída. Retomada, em 1771, por Reinaldo Manuel dos Santos, sofreu algumas modificações, entre as quais as principais aconteceram na cobertura do edifício, na cascata e na substituição das quatro colunas toscanas, projetadas por Mardel, por quatro robustos pilares quadrangulares. A obra do reservatório, apesar de ter sido várias vezes retomada, mesmo após a morte de Reinaldo dos Santos, em 1791, só foi terminada em 1834. Esse reservatório atuava com distribuidor da água provinda do Aqueduto das Águas Livres.

O Reservatório da Mãe d'Água das Amoreiras fica na Praça das Amoreiras, 10, Santo António. Também abre de terça a domingo, das 10 às 17h30, com um intervalo para almoço das 12h30 às 13h30. O ingresso inclui exposição permanente e custa € 4,00.

Foto: José Vicente, 2018


Entre 1860 e 1864 foi construído o Reservatório da Patriarcal, um reservatório subterrâneo para distribuir água para a Baixa Pombalina. Sua forma é octogonal, coincidindo com o formato do polígono representado pelo gradeamento de ferro em volta do lago que está localizado sobre o depósito, no centro do Jardim do Príncipe Real.

O Reservatório da Patriarcal foi desativado no final da década de 1940. Desde 1994 está integrado ao Museu da Água, que promove e dinamiza visitas livres e guiadas a este espaço.

O Reservatório da Patriarcal só abre mediante marcação de visita agendada. Fica na Praça do Príncipe Real. O acesso à Galeria do Loreto – trecho que se pode percorrer a partir do Reservatório da Patriarcal até São Pedro de Alcântara – também está aberto ao público, com marcação obrigatória para grupos. O ingresso custa € 2,00 e a visita guiada custa € 6,00. Além disso, para a Galeria Subterrânea do Loreto, o bilhete para o percurso total custa € 6,00 e bilhetes para percursos parciais custam € 4,00, com áudio-guia incluso. É também possível visitar a exposição Museu em Peças, a € 1,00.

Foto: Vitor Oliveira, 2019


O crescimento populacional de Lisboa fez com que a água abastecida pelo Aqueduto das Águas Livres se tornasse insuficiente. Como resposta a essa carência, foi construído, entre 1871 e 1880, um novo aqueduto abastecedor: o Aqueduto do Alviela, preparado para transportar água captada a 114km ao norte de Lisboa, originária das nascentes dos Olhos de Água do Rio Alviela.

Na cerca de um extinto convento franciscano, ocupado pela ordem religiosa dos Barbadinhos Italianos, entre 1747 e 1834, foi instalado o reservatório final da água transportada pelo aqueduto do Alviela, que foi denominado Reservatório dos Barbadinhos. Junto do Reservatório dos Barbadinhos foi construída uma estação elevatória a vapor, destinada a bombear água do aqueduto do Alviela para a cidade de Lisboa, inaugurado em 1880.

O edifício era dividido em três parte: o depósito de carvão, ou carvoaria, a área das caldeiras e a sala das máquinas a vapor. Na Sala das Máquinas, localizada no piso superior, havia quatro máquinas. Num outro corpo estavam as cinco caldeiras, na Sala das Caldeiras.

O terceiro corpo desse edifício serviu como depósito de carvão, para alimentar as caldeiras e respectivas fornalhas. O edifício contava ainda com uma chaminé no exterior, de 40m de altura e 1,8m de diâmetro interior. A Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos esteve em funcionamento entre 1880 e 1928. Na década de 1950, tanto as caldeiras como a chaminé foram demolidas, após vários anos de inatividade.

Atualmente, a estação preserva as antigas máquinas a vapor e respectivas bombas, testemunhos enriquecedores da arqueologia industrial. É nesse edifício que está instalada a exposição permanente do Museu da Água, o Arquivo Histórico da EPAL e uma sala multiusos, com condições para recepção de eventos, exposições temporárias ou conferências.

A Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos fica na Rua Alviela, São Vicente. Abre de segunda a sábado, das 10 às 17h30, com parada para almoço entre as 12h30 e as 13h30. O ingresso custa € 4,00 e a visita guiada – que precisa ser previamente agendada – custa € 6,00.

O museu avisa que, para as visitas guiadas – que, lembro mais uma vez, precisam ser agendadas –, o número mínimo é de 10 e o máximo, de 25 pessoas e que, caso o mínimo não seja atingido, o museu se reserva o direito de cancelar a visita. Do mesmo modo, com relação ao Aqueduto das Águas Livres, a travessia do Vale de Alcântara pode ser cancelada se as condições atmosféricas forem adversas.

Com relação aos ingressos, pessoas com mais de 65 anos pagam 50% e crianças até 17 anos e pessoas com mobilidade reduzida e seus acompanhantes não pagam.


MUSEU DA MARIONETA

LOCAL: Convento das Bernardas – Rua da Esperança, 146

Foto: José Frade


Instalado, desde 2001, no Convento das Bernardas, é o primeiro espaço museológico em Portugal inteiramente dedicado à interpretação e divulgação da história das marionetes e difusão do teatro de marionetes, percorrendo a história dessa fascinante forma de arte através do mundo, apresentando os diferentes tipos de marionetes e as diversas abordagens que elas permitem, com destaque especial para a marionete portuguesa. Seu acervo vem sendo continuamente aumentado e diversificado, ilustrando as diferentes formas teatrais que derivam de tradições antigas ou emergem de procuras artísticas contemporâneas, explorando novas formas, novos materiais e novas técnicas.

O Museu está instalado no Convento das Bernardas, fundado em 1653. O terremoto de 1755 destruiu o edifício quase completamente, tendo sido reconstruído, a partir de 1758. Em 1786, as religiosas voltam ao convento, onde se mantêm até 1834, quando é decretada a extinção das ordens religiosas em Portugal e a desapropriação dos seus bens. Com isso, o antigo convento é sucessivamente arrendado, sendo adquirido em 1850 por Joaquim Lopes Câmara, que o transforma em um colégio. A partir daí o antigo convento serviu a várias finalidades, como liceu politécnico, sala de cinema, sala de espetáculos, sede da orquestra filarmônica e até espaço habitacional.

Em 1988, o imóvel, já bastante deteriorado, é adquirido pela Câmara Municipal (Prefeitura) de Lisboa, que promove sua recuperação e reabilitação, ocorrida entre 1999 e 2001. Assim, no antigo convento foram alojadas 34 famílias, a coletividade de bairro – algo entre uma associação de moradores e clube de lazer –, um restaurante e o Museu da Marioneta, apresentando-se como um espaço dinâmico, multifuncional e dinamizador da vivência de um dos bairros mais característicos da cidade.

O Museu da Marioneta está aberto de terça a domingo, entre as 10 e as 18h, exceto nos dias 1º de janeiro, 1º de maio, 24, 25 e 31 de dezembro. Os ingressos custam € 5,00. Pessoas entre 13 e 25 anos não residentes em Lisboa pagam € 2,50. Maiores de 65 anos não residentes em Lisboa pagam € 4,30. Pessoas com deficiência também pagam € 4,30, mas o acompanhante tem entrada gratuita.

Para os espetáculos, o bilhete inteiro custa € 7,50, enquanto crianças, profissionais de teatro, estudantes até 25 anos e maiores de 65 anos pagam € 5,00.


MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA

LOCAL: Rua das Janelas Verdes, na zona portuária

Endereço eletrônico: museudearteantiga.pt

Esse museu fica em um antigo palácio do século XVII, conhecido como Palácio Alvor Pombal, ou como Palácio das Janelas Verdes. O palácio pertenceu a D. Francisco de Távora, o primeiro conde de Alvor, até o Marquês de Pombal ter mandado confiscar todos os seus bens e ordenado sua execução, sob a acusação de ter sido o responsável por um suposto atentado contra o rei D. José I. Criado em 1884, há quase 140 anos ele abriga a mais relevante coleção pública de Portugal, que abrange pintura, escultura, ourivesaria e artes decorativas, europeias, de África e do Oriente. Composto por mais de 40 mil itens, seu acervo compreende o maior número de obras de pintura, escultura e artes decorativas classificadas pelo Estado como “tesouros nacionais” – com destaque para bens eclesiásticos ou provenientes dos palácios reais –, além de obras de referência do patrimônio artístico mundial.

O MNAA abre de terça a domingo, das 10 às 18h, exceto nos dias 1º de janeiro, domingo de Páscoa, 1º de maio, 13 de junho e 25 de dezembro. Os ingressos custam € 6,00, mas maiores de 65 anos pagam a metade. Crianças até aos 12 anos têm direito a entrada gratuita e pessoas com deficiência com 1 acompanhante pagam 60%.


MUSEU DE ARTES DECORATIVAS - FUNDAÇÃO RICARDO DO ESPÍRITO SANTO SILVA

LOCAL: Largo das Portas do Sol, 2 – Alfama

Endereço eletrônico: https://www.fress.pt/

Em 1953, o banqueiro e colecionador Ricardo do Espírito Santo Silva doou o Palácio Azurara, do século XVII, que ele havia adquirido em 1947, e parte da sua coleção privada ao Estado português. Nasceu assim a fundação com seu nome, criada como museu-escola com a finalidade de proteger e divulgar as artes decorativas portuguesas e os ofícios com elas relacionadas.

Hoje, além do Museu de Artes Decorativas, a Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva – FRESS tem 18 oficinas, com o objetivo de manter vivas as técnicas e saberes relativos às artes e ofícios tradicionais portugueses, assim como as técnicas de conservação e restauração.

O museu funciona das 10 às 17h, exceto às terças-feiras, 1º de janeiro, 1º de maio e 25 de dezembro. Os ingressos custam € 4,00. Estudantes e desempregados pagam € 2,00.


MUSEU DE LISBOA

LOCAL: Campo Grande, 245

Endereço eletrônico: https://museudelisboa.pt/pt

O Museu de Lisboa, na verdade, é formado por cinco lugares: o Palácio Pimenta, o Teatro Romano, Santo António, a Casa dos Bicos e o Torreão Poente. Sua sede está localizada no Palácio Pimenta, situado no bairro do Campo Grande, onde uma exposição permanente documenta a evolução da cidade, desde a ocupação do território durante a pré-história até finais do século XX.

O Palácio Pimenta é um palácio de veraneio construído entre 1734 e 1746, a pedido de Diogo de Sousa Mexia, figura de relevo dos reinados de D. Pedro II e D. João V. Ao longo do tempo, o palácio teve sucessivos proprietários, entre eles Manuel Joaquim Pimenta de Carvalho, que deu origem à sua atual denominação. Em 1914, passou para a posse de Jorge Lobo de Ávila Graça, que realizou importantes obras, algumas ainda bem marcadas na atual aparência do palácio. Em 1962, o imóvel foi adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa, ficando decidida para este espaço, após reformas no edifício e nos jardins, a reinstalação do então Museu da Cidade, que funcionava no Palácio da Mitra desde 1942. O museu, no entanto, só inaugurado em maio de 1979.

Além da área de exposição permanente, o Museu de Lisboa - Palácio Pimenta possui uma área de exposições temporárias (Pavilhão Preto), e um centro de documentação e serviços. Desse patrimônio, os objetos mais fascinantes são os que retratam a cidade antes do terremoto de 1755, incluindo uma maquete bastante bem detalhada, feita na década de 1950, e um maravilhoso quadro do holandês Dirk Stoop (1610-1686) retratando o Terreiro do Paço e o Paço da Ribeira, de 1661-2. Stoop viveu em Lisboa entre 1651 e 1662, a convite do rei D, João IV, como pintor da corte da princesa Catarina de Bragança, onde era conhecido como Rod(e)rigo. São dele também vários quadros encomendados para o restante da família real portuguesa, desde retratos a paisagens.

O Teatro Romano é um sítio arqueológico localizado na região histórica de Lisboa que revela um dos mais importantes monumentos da Felicitas Iulia Olisipo da era romana: seu teatro, cujas estruturas visíveis datam do século I d.C. Além do campo arqueológico, onde são visíveis o embasamento do proscaenium (muro de delimitação do palco) e a parte da orchestra (área reservada à elite citadina), o Museu de Lisboa - Teatro Romano compreende uma área de exposição permanente instalada em dois edifícios de distintas épocas. O edifício sul é de época seiscentista, com alterações introduzidas na época industrial, quando foi acrescentado um piso onde funcionou uma fábrica de malas, enquanto o imóvel localizado a norte é dos finais do século XIX. Ambos foram recuperados e adaptados quando da instalação do museu, inaugurado em 2001.

Fechado entre 2013 e 2015 para musealização de novas estruturas arqueológicas, que passaram a ficar a céu aberto, esse sítio arqueológico e os dois edifícios a ele vinculados foram reabertos ao público em 2015, já com a denominação de Museu de Lisboa – Teatro Romano, após remodelação da sua exposição permanente, assim como melhoradas as condições de acessibilidade.

Sobre o Museu de Lisboa – Santo António já falei brevemente aqui, quando me referi à igreja dedicada ao santo, que fica em frente à Sé de Lisboa. Esse espaço é uma área de exposição permanente e um centro de documentação inaugurado em 2014 como resultado da transformação do antigo Museu Antoniano (criado em 1962), com um novo espaço de exposição ampliado e totalmente reformulado, onde são conjugados dois edifícios: o espaço original, onde acredita-se ter sido parte integrante da Real-Casa de Santo António, e o novo espaço, num típico edifício de arquitetura pombalina.

A Igreja-Casa de Santo António é, desde tempos imemoriais, propriedade da Câmara Municipal de Lisboa e foi, de 1326 a 1741, a sua Casa Consistorial, onde eram celebrados os atos de governo da cidade, onde se reunia o Senado e onde estavam guardados os cofres da Câmara.

Sobre Casa dos Bicos também já falei aqui. Trata-se de um espaço imperdível porque, além de ser um dos melhores exemplos da arquitetura da Lisboa do século XVI, é um espaço onde se entrecruzam vestígios de diversas épocas da história de Portugal – alguns deles com cerca de 2.000 anos de existência. Inaugurado em 2014, o Museu de Lisboa - Casa dos Bicos compreende área de exposição e ruínas arqueológicas.

É importante lembrar que, como bônus, em 2008 o Museu de Lisboa cedeu os pisos superiores do edifício para a instalação da Fundação José Saramago, reservando o piso térreo para a criação de um núcleo arqueológico, que integrou outros vestígios recuperados em nova campanha arqueológica, desenvolvida em 2010, sendo visíveis, nomeadamente, vestígios da muralha tardo-romana e cetárias (veja o significado no post Portugal III), elementos de uma unidade fabril romana de preparados e condimentos de peixe, destinados maioritariamente à exportação.

O Museu de Lisboa – Torreão Poente é, desde 2014, um espaço dedicado a exposições temporárias de média duração, de temáticas diversas relacionadas à história ao presente de Lisboa. Parte do conjunto arquitetônico da Praça do Comércio, o atual Torreão Poente foi concebido após o terremoto de 1755, tendo substituído outros dois edifícios de idêntica função, que se ergueram no extremo sul do Paço Real como remate da nova Praça do Comércio.

Ocupado sucessivamente por vários órgãos do Estado relacionados às forças armadas, o torreão foi desocupado a partir de 2011 e, dois anos depois, recebeu a primeira exposição temporária. Faz parte do Museu de Lisboa desde 2015, apresentando exposições temporárias regulares. Em 2020 iniciaram-se obras de restauração e adaptação para a sua adequação como espaço museológico definitivo.

O Museu de Lisboa oferece as mais variadas atividades, tais como visitas orientadas, visitas com animação, oficinas de expressão plástica, conferências, debates, workshops e ações de formação. O preço do ingresso para o Palácio Pimenta, Santo António e o Torreão Poente é de € 3,00 e o acesso ao núcleo arqueológico da casa dos Bicos (térreo) é gratuito. Os participantes de visitas em grupo que não usarem o serviço educativo do museu deverão pagar o valor do bilhete normal.

Existe a possibilidade de você adquirir um bilhete único para todas as unidades do museu, valido por dois meses, por € 6,00. Além disso, existe a possibilidade de desconto no ingresso nos seguintes casos: visitantes dos 13 aos 25 anos não residentes em Lisboa e residentes com idades entre 19 e 25 anos: 50% (1,50 €); maiores de 65 anos, não residentes em Lisboa: 15% (2,60 €); pessoas com deficiência: 15% e entrada gratuita para o acompanhante. Já as crianças de até 12 anos, crianças e adolescentes de até 18 anos residentes em Lisboa e as pessoas desempregadas e as maiores de 65 anos residentes na cidade não pagam ingresso. Além disso, para os moradores de Lisboa, o ingresso também é gratuito aos domingos e feriados até as 14h. A entrada também é livre nos dias 18 de maio e 13 de junho.


MUSEU ETNOGRÁFICO DA SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA

LOCAL: Rua das Portas de Santo Antão, 100 – Restauradores

Inaugurado em 1884, esse museu tinha como foco a questão colonial. Em 1892, as coleções do então Museu Colonial de Lisboa, até aquele momento sob a tutela da Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar, foram incorporadas ao museu que a Sociedade de Geografia de Lisboa vinha desenvolvendo desde 1875.

Ao longo dos cerca de 140 anos de sua existência, o museu enriqueceu bastante seu acervo, embora o período entre 1875 e 1900 deva ser considerado como um dos mais importantes. Esse período se caracterizou por uma política de aquisições que captou itens de missionários, comerciantes, exploradores, militares ou ainda no âmbito das exposições internacionais dos meados e finais do século XIX. O acervo, obviamente, traduz de uma forma bastante significativa a presença portuguesa em suas colônias espalhadas pelo mundo: Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Timor e Macau.

O museu pode ser visitado de segunda a sexta-feira, com entradas às 11 horas, meio-dia, duas, três e quatro horas. A loja do museu e a cafetaria ficam abertas durante todo o dia, das 10 às 17 horas. A entrada é grátis.


MUSEU MILITAR

LOCAL: Largo do Museu de Artilharia – Alfama

(Foto: Deensel, 2017)


Se você se interessa por armas e assuntos militares, vale a pena visitar o Museu Militar, localizado onde existia, no século XVI, uma fundição de canhões e um depósito de armas e cujo acervo, como era de esperar, é composto por armas, uniformes e documentos históricos militares. É o museu mais antigo da cidade de Lisboa.

A visita começa na sala Vasco da Gama, com um acervo de canhões e modernos murais, que retratam a descoberta da rota marítima para a Índia – grande orgulho e obsessão dos portugueses. Nas salas da Grande Guerra estão os itens relacionados à I Guerra Mundial. Outras salas mostram a evolução tecnológica das armas. Num amplo pátio repleto de canhões, painéis azulejados contam a história de Portugal, desde a chamada Reconquista Cristã até a I Guerra. Um item interessante do acervo é a carreta que transportou o arco triunfal a rua Augusta, exposta na seção de artilharia.

O Museu Militar funciona de terça a domingo, das 10 às 17h. Os ingressos são gratuitos para crianças até 12 anos. Para jovens entre 13 e 17 e para maiores de 65 anos, os ingressos custam € 1,00 e para adultos entre 18 e 64 anos, € 3,00. Aos domingos e feriados, entre as 10 e as 14h, a entrada é livre. O museu não funciona nos dias 1º de janeiro, Domingo de Páscoa, 1º de maio e 25 de dezembro. Existem vários tipos de descontos para famílias e para visitas guiadas.


MUSEU NACIONAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA – MUSEU DO CHIADO

LOCAL: Rua Serpa Pinto, 4 | Rua Capelo, 13 – Chiado

O Museu do Chiado, fundado em 1911, nasceu da divisão do antigo Museu Nacional de Belas-Artes e Arqueologia em Museu Nacional de Arte Antiga, que herdou dele as obras realizadas até 1850 e continuou instalado no Palácio das Janelas Verdes, e em Museu Nacional de Arte Contemporânea, constituído por todas as obras posteriores a essa data, tendo sido instalado no Convento de São Francisco, num espaço ao lado da Academia de Belas Artes.

Em agosto de 1988, um grande aconteceu um grande incêndio no Chiado. Embora o fogo não tenha atingido o museu, as obras de arte foram retiradas de lá como medida cautelar. Por essa razão, a Secretaria de Cultura de Portugal decidiu repensar o destino das instalações do museu e acabou aceitando a oferta de um projeto de renovação dos espaços do arquiteto Jean-Michel Wilmotte, que, com uma equipe dirigida pela historiadora de arte Raquel Henriques da Silva, redefiniu o museu tal como se ele apresenta desde a sua reinauguração em 12 de julho de 1994.

O museu funciona de terça a domingo, das 10 às 18h, exceto nos dias 1º de janeiro, Domingo de Páscoa, 1º de maio, 13 de junho e 25 dezembro.. O ingresso custa € 4,50, mas aos domingos a entrada é gratuita. O ingresso também é livre para crianças até 12 anos e visitantes com mobilidade reduzida e 1 acompanhante. Maiores de 65 anos têm desconto de 50%.


MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA

LOCAL: Rua da Escola Politécnica, 56/58 – Príncipe Real

Endereço eletrônico: https://www.museus.ulisboa.pt/

O Museu Nacional de História Natural e da Ciência – MUHNAC foi criado em 2011, a partir da fusão do Museu Nacional de História Natural e do Museu de Ciência da Universidade de Lisboa, reunindo suas coleções, os antigos edifícios da Escola Politécnica, o Jardim Botânico de Lisboa e o Observatório Astronômico de Lisboa, incorporado em 2012.

O MUHNAC teve a sua origem no Real Museu de História Natural e Jardim Botânico, criado na segunda metade do século XVIII, no bairro da Ajuda. Esteve por algum tempo na Real Academia das Ciências, até ser transferido para a Escola Politécnica, em 1858, passando a se chamar, até 1861, Museu Nacional de Lisboa. O Jardim Botânico de Lisboa foi inaugurado em 1878.

Além das coleções, biblioteca e arquivos históricos, os museus da Universidade de Lisboa têm um magnífico patrimônio histórico e científico integrado, com destaque para o edifício principal do MUHNAC, construído na década de 1850 para a Escola Politécnica, sobre as fundações de um anterior edifício seiscentista que já havia albergado o Noviciado da Cotovia (séc. XVII) e o Colégio dos Nobres (séc. XVIII); Laboratorio Chimico (1857-1890) e o Observatório Astronómico (1898), dois espaços oitocentistas únicos em Portugal; o Jardim Botânico (1878); o Real Picadeiro (1761) do antigo Colégio dos Nobres. Único edifício sobrevivente deste Colégio, com um magnífico teto de madeira; a Sala de Leitura e a Biblioteca, que datam da Escola Politécnica de Lisboa (1837), que ainda mantêm o traçado e o mobiliário originais; o Observatório Astronômico de Lisboa, com os equipamentos originais da época de sua criação, 1861.

O museu está aberto das 10 às 17h, exceto às segundas-feiras e feriados. Os ingressos custam € 5,00, mas aos domingos, das 10 às 13h, a entrada é gratuita.


MUSEU NACIONAL DO AZULEJO

LOCAL: Rua da Madre de Deus, 4 - Xabregas

Endereço eletrônico: http://www.museudoazulejo.gov.pt/

O Museu Nacional do Azulejo é um dos mais importantes museus de Portugal, graças à sua coleção singular, dedicada à talvez maior expressão artística da cultura portuguesa. Além disso, suas instalações se encontram no antigo Convento da Madre de Deus, fundado em 1509 pela rainha D. Leonor (1458-1525).

O terremoto de 1755 – mais uma vez, ele! – provocou danos ao edifício, em particular à igreja, com o desabamento de paredes meias com o coro, a destruição do altar-mor, a queda de pinturas do teto da igreja e do coro-alto. O rei D. José I custeou as obras de reparo, que consistiram na execução de uma nova tribuna, restauração e produção de novas pinturas. Os relatos dão conta de que a nova aparência do templo produzia nos fiéis uma grande emoção, principalmente devido à decoração total dos espaços, característica do Barroco, e à riqueza dos materiais (azul dos azulejos, o dourado da talha, a policromia das pinturas a óleo).

Em função das comemorações do quinto centenário do nascimento da rainha D. Leonor, a Fundação Calouste Gulbenkian financiou grandes obras no claustro do convento, a fim de ali ser realizada uma grande exposição comemorativa. Quando a exposição terminou, no dia 7 de janeiro de 1958, imediatamente foi levantada a possibilidade do aproveitamento daqueles espaços par a instalação de um Museu do Azulejo, mas isso só veio a ocorrer em 1980, quando o Museu do Azulejo se emancipa do Museu Nacional de Arte Antiga, do qual constituía um anexo desde 1965.

Atualmente, a exposição permanente do museu inclui a visita às áreas da igreja, ao coro, à capela de Santo Antônio e à capela da rainha D. Leonor. Nas alas conventuais do edifício, o visitante tem um panorama detalhado sobre a história do azulejo em Portugal do século XVI aos dias atuais. Há, ainda, diversos objetos de cerâmica que pertencem à coleção e ajudam a entender esta história.

A visita começa no térreo, onde se encontram os azulejos mais antigos, acompanhados de uma explicação sobre o processo de fabricação deste material. A exposição cobre desde os primeiros registros de azulejos até aqueles usados no século XVII, quando já eram parte fundamental da decoração portuguesa.

Na sequência, o primeiro piso é dedicado aos azulejos mais atuais e inclui até mesmo uma curiosa seleção de cerâmicas contemporâneas. Entretanto, a cereja do bolo está mesmo no segundo piso, onde encontramos um enorme painel de 23 metros que mostra como era Lisboa antes do terremoto de 1755.

O museu funciona de terça a domingo, das 10 às 18h, com interrupção para almoço entre as 13 e as 14h., exceto no Domingo de Páscoa e feriados do Ano Novo, 1º de Maio, 13 de Junho e 25 de dezembro. O museu tem também uma cafeteria e uma loja que funcionam até as 17h45 e uma biblioteca, que fica aberta de terça a sexta-feira, das 10 às 12h30 e das 14 às 17h.

Os ingressos custam € 5,00, mas existem bilhetes combinando outras atrações da cidade, que custam de € 7,00 a € 25,00. Consulte o site do museu. Visitantes com idade igual ou superior a 65 anos têm desconto de 50%. A entrada é gratuita aos domingos e feriados para todos os residentes em Portugal, para crianças até 12 anos e visitantes com mobilidade reduzida e 1 acompanhante.


PARQUE DO MONTEIRO-MOR

LOCAL: Largo Júlio Castilho – Lumiar

Foto:0000ff, 2019


Incluo nesta lista um parque porque dentro dele estão dois museus interessantes. O Parque Botânico do Monteiro-Mor é um jardim criado no século XVIII por determinação de Pedro José de Noronha Camões de Albuquerque Moniz e Sousa, 3º Marquês de Angeja. Após a venda da Quinta do Monteiro-Mor, em 1840, a D. Domingos de Sousa Holstein, 1º Duque de Palmela e 1º Marquês do Faial, o parque sofreu melhoramentos, quando foram acrescentadas mais espécies raras para o jardim e colocadas estátuas. O desenho de algumas áreas seguiu o traçado típico dos jardins ingleses, populares na época.

O jardim sofreu alguma destruição após um ciclone que assolou parte da Europa ocidental, incluindo toda a Península Ibérica, em 15 de fevereiro de 1941. A quinta permaneceu como propriedade da família Palmela até 1975, quando foi vendida ao Estado português, quando foram realizadas diversas obras de recuperação para compensar a falta de manutenção das décadas anteriores. Com uma área de 11ha, atualmente, o parque rodeia o Palácio do Monteiro-Mor, onde funcionam o Museu Nacional do Traje e o Museu Nacional do Teatro.

Os ingressos custam € 3,00.

Entende-se por traje (ou costume) as roupas em geral ou, ainda, o estilo de vestir de um povo, classe social ou época. O termo pode se referir também a um tipo específico de roupa usada para caracterizar um indivíduo como um personagem em eventos sociais como os bailes de máscara, as festas à fantasia ou as encenações teatrais. O Museu Nacional do Traje é o principal museu de âmbito nacional dedicado ao traje português e civil e traje estrangeiro, do século XVIII aos dias atuais.

Endereço eletrônico: http://www.museudotraje.gov.pt/

Foto: Vitor Oliveira, 2020


Desde 1977, pouco depois de a Quinta do Monteiro-Mor ter sido adquirida pelo Estado português, o Museu do Traje ocupa o Palácio Angeja-Palmela, ou Paço do Lumiar, edificado sobre o antigo Paço de D. Afonso Sanches, após o terremoto de 1755, e, portanto, de astilo arquitetônico nitidamente pombalino. Tendo conhecido acrescentos e obras ao longo do séc. XIX, apresenta hoje em dia também características neoclássicas e românticas.

O Museu Nacional do Teatro e da Dança, inaugurado em 1985, ocupa o Palácio do Monteiro-Mor. Do seu acervo fazem parte cerca de 260.000 peças, trajes e adereços de cena, maquetes de cenários, figurinos, desenhos, caricaturas, programas, cartazes, postais, álbuns de recortes de jornal, manuscritos, folhetos, coplas, discos, partituras, teatros de papel do século XVIII ao XX, assim como um espólio com cerca de 25.000 fotografias.

Além disso, o museu, além da sua exposição permanente, abriga exposições temporárias dedicadas a artistas e/ou companhias de teatro portugueses. O museu conta também com uma importante biblioteca, composta por cerca de 35.000 títulos de monografias que compreendem essencialmente peças de teatro, bibliografia ativa (memórias, crítica teatral, etc) e bibliografia passiva.

O Museu do Traje e o Museu Nacional do Teatro e da Dança abrem de terça a domingo, das 12 às 13h e das 14 às 18h, exceto nos dias 1º de janeiro, Domingo de Páscoa, 1º de maio, 13 de junho e 25 de dezembro. Em ambos os museus, o ingresso custa € 4,00 e visitantes com mais de 65 anos têm desconto de 50%. Além disso, a entrada é gratuita para crianças até 12 anos, para visitantes com deficiência e seu acompanhante.

Se você quiser visitar apenas o Parque do Monteiro-Mor, o valor do ingresso é € 3,00. No entanto, vale a pena adquirir o Bilhete Conjunto, que dá acesso aos dois museus e ao parque. Neste caso, o ingresso custa € 6,00.

Evidentemente, esta minha seleção aleatória e desengonçada não pretende ser o que há de mais importante ou de melhor entre os museus de Lisboa, mas uma escolha possível. Espero que seja um bom estimulante para andar pela cidade e conhecer um pouco mais da cultura portuguesa.

Na próxima e última postagem sobre Lisboa falo praças, parques, avenidas e mais alguns lugares emblemáticos da cidade.


















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